Quarta-feira, 9 de Dezembro de 2009

You're irreplaceable.

 

Quintas e sextas.
 
Já não quero saber das viagens de carro a Lisboa na quinta, nem dos pastéis que partilhamos sentados naquela mesinha junto à cozinha, se quando anoitece me levas de novo a casa, entras na cama comigo, e de manhã quando estendo a mão para te sentir, a única coisa que sinto são os lençóis cor-de-rosa que me ofereceste. Porque continuas a fazer isto? Com segundas e quartas eu já não me iludo, mas com a sexta eu pensava que tudo podia mudar.
Na quarta tiro o dia para mim, e na sexta? Que é, suposto fazer na sexta, se não estás comigo? Sexta é como o dia mundial do amor, é o dia em que os namorados depois da escola, e dos trabalhos, e das responsabilidades se encontram num parque, comem pipocas e tostas-mistas, bebem carioca de limão nos dias mais frios e à noite vão ao cinema. E depois do cinema ficam juntos, pela noite inteira.
Por favor, não me peças para na sexta ir ao cinema, não ia aguentar tanto romantismo, tantos beijos, tantas palavras sussurradas ao ouvido pelos namorados. Não ia aguentar cada sorriso daqueles. Como nós já demos, e por vezes ainda aparecem quando pensamos que tudo pode ficar melhor.
Acho que na sexta feira sem ti, vou ao clube de vídeo alugar um filme, deitar-me no sofá, tapar-me com a minha manta que ainda possui o teu cheiro, ver o filme, comer chocolate e quem sabe até chorar, ou então sorrir, ou até ficar com medo.
Na sexta vou esperar pelo sábado, que nesse dia eu sei que apareces sempre e ficas até ser segunda. Na sexta vou escrever mais uma vez a nossa história, desta vez vou dar-lhe um ênfase diferente, vou acrescentar uma ou outra personagem, e até inventar outras peripécias, porque assim deixa de ser a nossa história e passa a ser outra qualquer. Uma que pode pertencer a qualquer um, a qualquer outro. E assim se algum dia a descobrires irás pensar que é apenas mais uma das minhas histórias, e nem te passará pela cabeça que é baseada na nossa. Porque no fundo eu acho que já esqueceste como tudo começou. E dos planos futuros que fizemos. Talvez já nem queiras ter filhos comigo, nunca mais te perguntei se ainda queres ser pai dos gémeos que iremos fazer, talvez te pergunte quando, pela madrugada adentro entrares em minha casa. Irei perguntar-te de novo como queres que seja a nossa casa, e se a nossa lua-de-mel sempre é em New York. E agora arranjei um bom tema de conversa.
Talvez amanhã, seja outra vez sábado de planos, de sonhos em conjunto. E talvez o sol volte a brilhar dentro de nós, e tu vejas como o nosso amor, apesar de tudo é belo, forte, e corajoso. E talvez depois disso, já não queiras partir, nem voltar a fugir de mim.
publicado por anna. às 15:23
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