Sábado, 16 de Janeiro de 2010

Amanhã ?

 

 

hoje o sol não entra pelas janelas, a chuva teima em cair, pesada e suavemente pelas ruas, e no meu coração. eu sei que te quero esquecer, que nem te quero sequer ver, mas tu teimas em aparecer ao fundo de um corredor, pelo bar. e eu, mesmo estando na biblioteca ouço a tua voz. e sabes o que me apetece fazer? descer as escadas a correr, ter outra vez 5 anos e ver que o mundo é meu e que pode ser da cor que eu o quiser pintar e não daquele cinzento que ultimamente tem aparecido em todos os cantos. Apetece-me correr, chegar ao pé de ti e dar-te um beijinho, dizer-te que te amo e que sinto saudades tuas, e na minha cabeça tu irias dizer que tudo não tinha passado de uma brincadeira e que estavas como sempre, com saudades minhas e a sentir a minha falta. Mas isso, só na minha cabeça. Porque cá no fundo eu sei que isto não é nenhuma brincadeira, é a dura realidade. sem querer continuo a passar nos locais que tu frequentas, na esperança de te encontrar, mas assim que pressinto a tua presença, levanto a cabeça, viro-a, rio-me, sorrio e continuo a falar, não cruzo os meus olhos com os teus, mas no canto do olho vejo os teus cabelos; e continuo a falar na esperança que me ouças e que nunca te esqueças da minha voz. a voz que te alimentou, que te pronunciou o que ia no meu coração, a voz que ainda não consegue dizer o teu nome em voz alta. é difícil saber que quando sair com os meus amigos, tu podes estar ali, principalmente porque muitos deles até são os mesmos; rezo para que eles compreendam a minha situação, e que não pronunciem o teu nome. e eles devem compreender, porque quando me vêm dão-me um sorriso quente, um abraço, umas palavras. e é com isso que eu me vou enchendo, que me vou aquecendo. agora não procuro os pequenos pormenores em ti, mas sim neles. só eles me alimentam. Mas continuo a achar, e a ter a certeza que há demasiadas peças partidas e perdidas. O tempo pode curar tudo, mas eu acho que não gosto de tempo quando ele demora a passar, não gosto. faz-me sentir cansada. e depois ter de fingir para o mundo lá fora que está tudo bem, que continuo a ser a rapariga do sorriso e dos olhos brilhantes, mas eu sei que já não sou essa rapariga. gostava de voltar a ser, mas sei que daqui a pouco serei outra. serei diferente, renovada, preenchida, e sem peças perdidas. agora, até me voltar a encontrar posso ser todos os dias algo diferente, transformar-me no que quiser. E enquanto me distraio a interpretar novas personagens, sem no entanto, deixar de ser a mesma, talvez o tempo passe mais depressa e eu nem dê conta, e num dia que seja rosa, e não cinzento, e que a chuva não caia sem cessar, talvez eu veja um príncipe a entrar pela porta adentro, e talvez aí ele me arrebata com o seu sorriso, o seu cabelo, e os seus braços, e então eu saberei que chegou a altura de amar o mundo inteiro de novo, e saberei que já não terei peças perdidas nem partidas e serei de novo a anna com dois ênes, de sorriso e olhos brilhantes, e possa de novo pintar o mundo das cores que eu quiser; e aí quando a chuva cair eu não irei sentir mais saudades tuas, mas sim, desse meu novo príncipe, que andará agora por aí, à procura da sua princesa.

 

publicado por anna. às 11:37
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De inês. a 16 de Janeiro de 2010 às 13:27
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