Sábado, 14 de Novembro de 2009

Banco da vida.

Anda, vem. senta-te no banco da minha vida; participa nela. Faz-me sorrir e quando estiver cansada chama-me para ao pé de ti, chama-me e diz-me para me ir sentar no banco da minha vida contigo. Irás estar lá com o comando na mão, perguntar-me-às com um sorriso a que parte da minha vida quero assistir, e conforme a minha disposição eu te direi que parte quero rever. Irás clicar no play e eu irei aconchegar-me em ti, aninhar-me no teu corpo. Irás tapar-me com uma manta, e o filme começará. Começará e tenho a certeza que muitas lágrimas irão cair, iremos chorar os dois, iremos sofrer; por aquilo que eu sofri, que eu vivi, que não disse, que falei demais, pelas minhas atitudes, por tudo aquilo que correu mal. Mas sei que depois também nos iremos rir , rir com pureza da minha infantil ingenuidade, do meu puro coração; dos momentos mais engraçados da minha vida, que foram tantos acredita. Olha podemos começar pela minha ruindade com um namorado da minha tia - o Luís- eu fazia a vida negra áquele rapaz. Não sei porquê mas não queria que a minha tia namorasse com ele, não queria que a minha tia namorasse sequer, queria só para mim. Hoje já a sei partilhar. Hoje já sei mais tudo, já sei partilhar, já sei ajudar, já sei reclamar menos, já sei esconder aquilo que sinto quando não o posso mostrar, aprendi isso tudo e tanto mais, sozinha, com os pais, a observar os outros. Mas uma coisa eu ainda não aprendi, ainda não me ensinaram como se faz para não errar. Erro, talvez com mais frequência do que devia. Esqueço-me dos meus caminhos, dos caminhos que devo seguir. Mas pronto, a vida continua e de vez em quando sabe bem sentar-me no banco da vida contigo, aninhar-me e ver tudo de uma só vez. E há dias em que só me apetece sorrir e então como por magia todos os momentos maus que vivi desvanecem-se da pequena televisão que está em frente do banco da vida, e só passam aqueles momentos bons, os melhores. Aqueles que só de os ver, choro a sorrir, de saudade, de nostalgia, de amor, de fantasia, de compaixão, de tudo. E fico ainda mais feliz. Mais e mais. E então já não tenho frio, já não preciso da manta, pois com tanto momento bom, com tanta trapalhada pura, com tanto sorriso e pessoas que me amam, já não preciso de estar sentada num banco a ver a minha vida. E levanto-me com todas as forças dentro de mim, cheia de coragem e continuo na caminhada da vida, para depois um dia mais tarde, quando todas as forças me falharem eu saber para onde ir e assim que lá chegar ter ainda mais pessoas dentro de mim, a amarem-me, mais momentos puros e engraçados; mais tudo.

publicado por anna. às 16:59
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