Domingo, 25 de Outubro de 2009

Só contigo.

A voar, eu quero aprender. E sei que só contigo o posso fazer.
Mas não quero que aconteça como nos ninhos daqueles passarinhos que hoje observamos pela janela, neste dia de primavera, sentados na minha varanda. Não, não quero! Não quero que faças como a mãe dos passarinhos que em cada dia os ensina como voar, e quando o seu voo já é perfeito os deixa ir, sozinhos. Sim! Ainda não reparaste? Olha aquele pequenino está a sair agora do ninho para este, e a mãe vai para oeste. ambos em direcções opostas. Ambos sem quererem saber um do outro. Os seus laços quebraram-se nesse momento, no momento em que cada um partiu para seu lado. E mais tarde, talvez daqui a meia hora , a mãe do passarinho se esqueça da cara dele, do seu cheiro e o pequeno talvez se esqueça do calor da mãe, e de quem o ensinou a voar.
Por isso meu amor, não quero que me ensines a voar. Porque, mais vale abdicar do que não conhecemos, do que
 deixar para trás tudo aquilo que sabemos; porque depois pode-nos acontecer como o passarinho e a sua mãe.
Prefiro ficar em terra firme, com os meus pés bem assentes ao lado dos teus. A partilhar o sol da primavera,
 a brisa gentil do verão, o frio do inverno, e os primeiros agasalhos do Outono. Prefiro não saber como será voar,
como será sentir o vento elevar-me, se no final disso eu poderei não estar contigo. Porque no fim, de que me serviria
voar, se poderias não estar ao meu lado? Só pela sensação, pelo mistério. Oh não! Para isso meu bem, prefiro viver
os mistérios e matar as pequenas curiosidades aqui contigo.
Debaixo da sombra da nossa árvore, perto do nosso calor e da magia do nosso amor.
Porque imagina, que ambos estávamos entretidos a voar e vinha um vento muito forte, como é que com os nossos pequeninos e frágeis corpos de pássaro íamos ter força para ir contra esse maldito vento? Oh só agora me lembro! Nós íamos ter a força necessária para irmos contra esse mal! Pois os nossos corpos poderiam até ser pequenos e frágeis.
Mas os nossos corações, meu anjo, esses tinham o triplo, o quadruplo, o sêxtuplo da força necessária para contra essa brisa, esse vento ir.
E aí seria bom, daríamos a volta ao mundo. Veríamos as paisagens de new york, o calor do Egipto, as gentes da Turquia. Mas e depois? Não iríamos ter saudades dos nossos longos passeios a pé de mãos dadas, ao longo das nossas ruas. Dos nossos abraços calorosos, dos nossos beijos verdadeiros, de ouvir as nossas vozes, não iríamos ter saudades do corpo um do outro?
Oh meu bem, estamos bem assim; sentados na minha varanda, debaixo deste sol primaveril, ouvindo os passarinhos chilrear. Rodeados do nosso amor, de mãos dadas. E assim estaremos para sempre. Mas lembra-te de uma coisa meu príncipe, desde que estejamos juntos tudo será magnífico, todos os dias serão de sol e todas as noites de lua cheia. Todas as tardes serão como esta. E todos os beijos como o primeiro. E só uma coisa, ao longo da nossa vida conjunta se alterará, o nosso amor; que de dia para dia será cada vez maior.

 

 

Gotcha_by_ntscha_large

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publicado por anna. às 11:07
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De maria joão a 25 de Outubro de 2009 às 16:53
pois escreve. :p eu estou melhor, sim :)
gostei muito deste texto, a sério *.*
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